Transformação digital e novas carreiras

RESUMO: Cada vez mais áreas sociais e empresariais estão sendo alteradas por meio do uso de tecnologias e mídias digitais, por exemplo, para automatizar e otimizar processos de trabalho. Isso também inclui o uso de programas de computador, a Internet e o uso de telefones celulares e outros dispositivos móveis. Afetando quase todas as áreas da vida, incluindo o mercado de trabalho, a transformação digital continuará a causar enormes mudanças na forma como os profissionais trabalham e onde eles trabalham, afinal, as condições de trabalho estão sendo invertidas em muitos campos profissionais como resultado da digitalização e automação, e vários novos modelos de trabalho (tempo) estão surgindo. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo geral abordar a transformação digital e as alterações que ela tem provocado nas carreiras atuais; e como objetivos específicos: descrever o mundo digital e as mudanças no mercado de trabalho; analisar as novas carreiras a partir da internet; e mencionar a geração autodidata e sua inserção no mercado.

INTRODUÇÃO

A inteligência artificial, a automação e as ferramentas digitais estão mudando a estrutura organizacional tradicional e as formas de trabalhar. Para se manterem atualizadas, as empresas precisam desenvolver novos modelos de negócios, processos ou estruturas e implementá-los, considerando que o principal é tomar decisões de forma rápida e eficaz. No entanto, não são apenas as empresas que são afetadas pela mudança digital, uma vez que os funcionários também estão sentindo cada vez mais os efeitos da transformação tecnológica no mercado de trabalho e, com isso, espera-se também que as pessoas se adaptem rapidamente às mudanças e adquiram novos conhecimentos especializados.

Como as demandas profissionais estão totalmente sujeitas aos avanços tecnológicos, porque o trabalho de escritório clássico não contará mais como garantia de emprego em um futuro próximo; o que se percebe é que os perfis de trabalho estão cada vez mais inovadores e baseados em TI, sendo que algumas das influências positivas da digitalização incluem: a eficiência, a flexibilidade, a automação, a mobilidade social e a colaboração. Contudo, apesar de todos os benefícios da transformação digital para as carreiras de um modo geral, alguns pontos negativos têm sido observados, levando muitas pessoas a não prosseguirem nos estudos e/ou a abandonarem carreiras importantes para a sociedade, ocasionando déficits significativos de profissionais no mercado de trabalho.

Para exemplificar isso, é possível citar aquelas pessoas que são bem remuneradas por suas habilidades físicas e/ou aquisição de conhecimentos específicos de uma profissão e que ganham bem sem que fosse preciso fazer uma faculdade (como jogador de futebol atleta da ginástica, cantor e modelo); e indivíduos que interromperam os estudos, por julgar desnecessário, ou saíram de suas antigas profissões para ganhar bem atuando como humoristas, freelancers e influenciadores digitais (blogueiros, youtubers e outras celebridades da web que movimentam uma comunidade de pessoas interessadas no conteúdo que disseminam pela internet).

Considerando essas informações, o presente estudo tem como objetivo geral abordar a transformação digital e as alterações que ela tem provocado nas carreiras atuais; e como objetivos específicos: descrever o mundo digital e as mudanças no mercado de trabalho; analisar as novas carreiras a partir da internet; e mencionar a geração autodidata e sua inserção no mercado.

O MUNDO DIGITAL E AS MUDANÇAS NO MERCADO DE TRABALHO

A digitalização tem o potencial de apoiar o crescimento econômico em todo o mundo. Além disso, espera-se que uma maior eficiência na produção devido à transformação digital leve a menores custos e aumento de produtividade, levando a uma maior demanda agregada, mais empregos e salários potencialmente mais altos, compensando assim a interrupção subjacente. Como um número significativo de empresas e associações está adotando tecnologias digitais avançadas para reformular planos de ação e associações, as inovações tecnológicas exigem que a força de trabalho possua uma ampla gama de conhecimentos, como autodireção, pensamento crítico, habilidades de correspondência e gerenciamento da web.

Sobre o assunto, é importante mencionar que a percepção de que os trabalhadores serão substituídos por robôs não reflete a realidade da transformação digital, por meio da automação, por exemplo. Em vez disso, automatizar tarefas repetitivas acelera a produtividade e alivia os funcionários, deixando-os com mais tempo para se concentrar em tarefas complexas e de valor agregado das quais apenas os humanos são capazes. Assim, a automação não significa que menos funcionários são necessários em geral, porque esse viés não leva em consideração todas as novas funções que estão sendo empregadas para criar, gerenciar e dimensionar as automações corporativas. Portanto, embora o uso da automação aumente na próxima década, uma força de trabalho cada vez maior pode ser requerida: a diferença é que ela precisará se apresentar altamente capacitada.

A vantagem mais importante da transformação digital não é a economia de custos com a redução do número de funcionários, mas a oportunidade de elevar o desempenho da empresa a um novo patamar. Por isso, o maior desafio é garantir que as habilidades certas estejam presentes na força de trabalho para desempenhar as novas funções relacionadas à tecnologia, uma vez que a formação é crucial para levar o profissional a se adaptar às novas circunstâncias provocadas pela rápida mudança tecnológica. A qualidade e o suporte para requalificação e qualificação determinarão como milhões de pessoas farão a transição contínua e aproveitarão as novas oportunidades de emprego.

Dessa maneira, o que se nota é que a demanda profissional de algumas instituições (da área da saúde, por exemplo), negócios e indústrias permanecerá a mesma ou será ainda maior no futuro próximo, uma vez que muitas pessoas têm optado por não seguir determinadas carreiras (como Medicina, Engenharias e Direito) devido ao tempo de estudo e complexidades. Além disso, a estrutura, as especializações, as competências, as habilidades requeridas e as profissões em si mudarão radicalmente devido às tendências da automação e da IA, e a necessidade de adotar novas tecnologias para melhorar a experiência do cliente/paciente/aluno, gerenciar riscos, atender aos requisitos regulatórios, etc., requerendo uma ampla aquisição de conhecimentos e comportamentos na força de trabalho existente.

É claro que profissões como analistas de dados, cientistas, médicos, especialistas em IA e aprendizado de máquina, engenheiros de robótica e especialistas em automação de processos são procuradas em todos os setores, das quais se exigem uma carreira claramente definida e um programa de treinamento contínuo e sustentável. No entanto, o desenvolvimento de novas competências na força de trabalho exige o comprometimento de muitas partes. Por exemplo, a flexibilidade e o apoio do governo desempenham um papel importante. Também é sua responsabilidade antecipar mudanças futuras e garantir que a força de trabalho possa responder, tanto por meio do setor educacional quanto de programas da indústria e patrocínios de financiamento.

São essenciais incentivos para que os empregadores participem ativamente da requalificação e qualificação de sua força de trabalho, em vez de depender do mercado para fornecê-la. O investimento necessário para treinar funcionários internos para novas tarefas mais do que compensa quando se trata de se manter competitivo ou obter uma vantagem.

A implementação de uma estratégia de habilidades bem-sucedida requer a identificação das habilidades, competências e currículo certos para a força de trabalho. Isso geralmente é uma tarefa demorada para os departamentos de Recursos Humanos (RH), pois não há um padrão. No entanto, é fundamental agir com os olhos postos no futuro e articular claramente os futuros papéis, as competências exigidas e as tarefas a desempenhar. Os empregadores também devem realizar uma análise de lacunas de habilidades para fornecer a seus funcionários uma maneira de atualizar suas habilidades e fornecer oportunidades de aprendizado contínuo.

A aceleração tecnológica significa que habilidades e conhecimentos se tornam obsoletos em períodos muito curtos de tempo, sendo essencial a formação e o aperfeiçoamento como uma tarefa para toda a vida. Baseado nisso, entende-se que o impacto devastador da digitalização no emprego em geral está relacionado a mudanças significativas no estilo de trabalho, nos planos executivos e nos processos de tomada de decisão, de modo que o futuro é moldado constantemente. Quando as habilidades dos trabalhadores ficam atrás da tecnologia, a desigualdade aumenta e o treinamento se torna comparativamente caro. Mas, os empregadores perspicazes podem começar investindo nas habilidades de sua força de trabalho para aproveitar ao máximo a transformação digital e as possibilidades de automação.

AS NOVAS CARREIRAS A PARTIR DA INTERNET

A mudança digital está criando novos perfis de trabalho como:

  • Gerente de Processos de Negócios: Em um mundo digital, os processos são particularmente relevantes, sendo que a análise e a modelagem desses processos fazem parte do ofício do gerente de processos de negócios. O trabalho realizado também lança a pedra fundamental para a digitalização e a implementação de inteligência artificial nas empresas. Assim, a vida cotidiana do gerente de processos de negócios costuma ser muito variada, pois o contato próximo com o cliente e a cooperação com diferentes departamentos fazem parte do dia a dia desse perfil de trabalho. Acima de tudo, a mudança contínua garante que a descrição do trabalho do gerente de processos de negócios possa ser descrita como particularmente orientada para o futuro. A formação educacional usual de um gerente de processos de negócios é um diploma na área de TI.
  • Gerente de Desenvolvimento de Negócios: O desenvolvimento de negócios é considerado uma área particularmente importante para garantir a viabilidade futura de uma empresa, por isso, um gestor de desenvolvimento de negócios deve reconhecer e avaliar a evolução do mercado, para construir estratégias adequadas e acompanhar as tendências e mudanças tecnológicas. Uma graduação em economia ou informática empresarial é, portanto, muitas vezes necessária, sendo que este perfil de trabalho oferece boas perspectivas de desenvolvimento.
  • Desenvolvedores de IA: As possibilidades inovadoras de aplicação da inteligência artificial estão recebendo grande atenção das empresas. Os desenvolvedores especializados em tecnologias de IA geralmente têm um diploma relacionado a TI ou um treinamento especializado em TI. Acima de tudo, o manuseio lúdico dos dados e o forte pensamento analítico estão entre as características exigidas do desenvolvedor de IA. No momento, os especialistas em IA são extremamente necessários e pagos bem acima da média, e as perspectivas futuras também são muito boas – devido à ampla gama de usos possíveis para as tecnologias de IA.
  • Consultor de RPA – Robotic Process Automation: Trata-se de um profissional que lida com a automação de processos de negócios padronizados e repetitivos. Como esses processos muitas vezes não são suficientemente padronizados e documentados e muitas vezes ainda há potencial para otimização, o uso direto dessa tecnologia muitas vezes não é sensato ou possível. É aqui que entra o consultor RPA, que aconselha os departamentos de gestão e especialistas na digitalização de processos de negócios individuais. A análise e modelagem de processos estão entre as principais tarefas e, basicamente, o perfil de trabalho do consultor de RPA requer um diploma completo ou treinamento com formação em TI, bem como um alto grau de iniciativa e capacidade de trabalhar em equipe.
  • Desenvolvedores de RP: Enquanto o consultor de RPA lida principalmente com análise e otimização de processos, o desenvolvimento e a implementação são as principais tarefas do desenvolvedor de RPA. Portanto, a programação de processos previamente gravados e seu posterior desenvolvimento estão entre as tarefas típicas desse desenvolvedor de RPA. Um diploma em informática empresarial ou ciência da computação ou treinamento como especialista em TI geralmente é exigido como pré-requisito.
  •  Desenvolvedores Blockchain: Além da inteligência artificial, a tecnologia blockchain em particular goza de excelente reputação e oferece grande potencial de disrupção. Em particular, criptomoedas como o Bitcoin causaram um interesse crescente nessa tecnologia. Isso mostra que o blockchain descentralizado e não manipulável também oferece vantagens no contexto de vários outros modelos de negócios. O desenvolvimento ou integração de um blockchain e o desenvolvimento de aplicativos correspondentes estão entre as tarefas do desenvolvedor de blockchain. O desenvolvedor de blockchain geralmente é formado em ciência da computação, matemática ou informática de negócios e, idealmente, tem grande interesse em processos criptográficos.
  •  Engenheiro de nuvem: A tecnologia de nuvem também é um dos atuais impulsionadores do crescimento da economia. O aumento da digitalização também está forçando cada vez mais empresas a migrar para a nuvem. A demanda por especialistas em nuvem é correspondentemente alta. As principais tarefas do engenheiro de nuvem incluem a avaliação de tecnologias de nuvem, a criação de uma infraestrutura de nuvem, a migração de sistemas existentes para a nuvem e a integração de tecnologias de nuvem na infraestrutura de TI existente. O suporte contínuo para os sistemas de back-end em nuvem e o gerenciamento de implantação geralmente são adicionados a isso. Para esta descrição de trabalho, geralmente é necessário um diploma completo em TI ou um treinamento profissional correspondente.
  •  Consultor de ERP: A tarefa do consultor de ERP é apoiar e desenvolver projetos de ERP que precisam ser modernizados devido às mudanças de requisitos causadas pela digitalização. Isso inclui a introdução e implementação, bem como o suporte subsequente do cliente. Relacionamentos de longo prazo com os clientes são particularmente importantes e, como parte das atividades diárias, o consultor de ERP conta com métodos de análise e desenho de processos. Além do treinamento relacionado a TI ou um curso de estudo, um certo grau de perseverança e uma aparência competente estão entre os requisitos típicos, porque uma certa quantidade de viagens geralmente faz parte da descrição do trabalho de um consultor de ERP.
  •  Analista de Big Data: Big data é uma das tecnologias futuras mais importantes, de modo que o analista de big data também pode ser descrito como um perfil de trabalho particularmente orientado para o futuro. A principal tarefa do Big Data Analyst é – como o nome já sugere – a análise de grandes bancos de dados. No trabalho do dia-a-dia, o Analista de Big Data deve, acima de tudo, lidar com várias fontes e formatos de dados, integrá-los ou combiná-los se necessário e usar vários métodos de análise para descobrir relações causais nos dados. Recomendações para ação devem então ser derivadas. Como big data é um tópico relevante para todos os setores e departamentos, o trabalho é muito variado. O pré-requisito aqui geralmente é um diploma completo em TI ou um treinamento profissional correspondente.
  •  Analista de Business Intelligence: Além de novas oportunidades, a transformação digital também traz novos desafios e questionamentos para as empresas. O analista de inteligência de negócios descobre problemas, analisa-os e desenvolve conceitos e diretrizes que tratam do desenvolvimento de soluções de TI adequadas. Normalmente, um analista de BI é formado em informática empresarial, matemática, ciência da computação ou administração de empresas.

As descrições de trabalho apresentadas ilustram a crescente relevância das habilidades de TI no mundo profissional. Especialmente no curso da digitalização, eles estão se tornando cada vez mais importantes. Tecnologias emergentes, como RPA e inteligência artificial, estão causando interrupções contínuas e alimentando mais trabalhos centrados em TI. Portanto, as descrições de cargos apresentadas não só oferecem excelentes oportunidades de desenvolvimento, mas também excelentes perspectivas para o futuro.

Mas vale aqui destacar que a digitalização tem inúmeras facetas fazendo com que novas carreiras sejam constantemente substituídas e/ou outras adicionados. É assim que novas áreas de estudo e novos empregos digitais estão constantemente surgindo; e isso torna a classificação ainda mais difícil. Por isso, é preciso ter em mente que as áreas cujas carreiras passam por mais transformações são: desenvolvimento, programação, análise, administração, gerenciamento e marketing; o que não isenta outras áreas como a da saúde e da educação das exigências constantes de atualização (ainda que o cargo permaneça o mesmo).

Nesse contexto, aqueles que desejam ter um emprego digital, precisam lidar com as muitas facetas da digitalização. Isso significa que, para lidar com um trabalho digital, é essencial estar familiarizado com uma variedade de ferramentas digitais. Além das hard skills, que são os conhecimentos e habilidades relacionados ao trabalho que os funcionários precisam para desempenhar suas funções de forma eficaz, destaca-se que as soft skills (qualidades pessoais que ajudam os funcionários a realmente prosperar no local de trabalho) também são primordiais.

O grande problema é que a maioria dos empregos atuais digitais ou não e que têm apresentado um déficit de profissionais no mercado exigem qualificações médias a altas, ou seja, um diploma de graduação ou formação profissional contínua, horas de trabalho árduo (ainda que as cargas horárias sejam flexíveis), mestrados e até doutorados. E como há empregos e “profissões” que pagam muito bem e não exigem uma formação específica, muitos indivíduos estão abandonando suas profissões para trabalhar em outros ramos considerados mais tranquilos, enquanto diversos jovens, especialmente da Geração Z (nascidos entre 1995 a 2010) têm recusado a se submeterem a cursos de longa duração como Medicina, Engenharia, Sistema da Informação, etc., alegando que existem outras maneiras mais fáceis de obter riqueza e fama, que não requerem estudos exaustivos.

A GERAÇÃO AUTODIDATA E SUA INSERÇÃO NO MERCADO

A transformação digital apresenta novos desafios em todas as áreas: no programa, na tecnologia, na produção e na administração. Para uma mudança bem-sucedida, é preciso que as pessoas que queiram ajudar a moldar a mudança, para configurar carreiras de maneira sustentável e eficiente, pensem estrategicamente, achem a gestão de mudanças empolgante e que queiram se desenvolver ainda mais. Contudo, muitas pessoas têm visto todos esses esforços relacionados a estudos e formação como uma perda de tempo, tendo em vista que há caminhos que elas consideram muito mais fáceis de conquistar o que desejam, sem muito desgaste.

Para comprovar isso, a Geração Z está pronta para se tornar a geração mais autodidata até agora, graças a uma combinação de ferramentas de aprendizado online e a vontade de seguir seu próprio caminho. Ela é altamente ativa nas mídias sociais e muito influenciada pelo conteúdo online, tendo a capacidade de tornar as notícias e as marcas virais. Seus membros colocam o pagamento/salário como um dos principais aspectos que desejam em seu o emprego, porque se preocupam com a economia e sua saúde financeira. Um em cada dois membros alega que as notícias econômicas atuais afetam suas perspectivas de carreira.

Além disso, eles se preocupam muito com os valores de uma organização (justiça social, ética, diversidade, etc.); desejam trabalhar em casa, mas enfrentam desafios no trabalho remoto (principalmente para fazer amigos, fazer networking e encontrar um mentor); querem trabalhos que não exijam longos turnos / tempo integral; e estão dispostos a mudar totalmente de carreira, a fim de encontrar uma posição que melhor se adapte aos seus interesses ou valores, oportunidades de obter novas habilidades e melhor remuneração.

Para complicar ainda mais essa situação toda, a maioria dos indivíduos da Geração Z aprende de modo autodidata; consegue adquirir habilidades físicas satisfatórias e têm consciência de que os estudos não são essenciais para atuar como jogadores de futebol ou ginastas, por exemplo; e/ou tem a intenção de trabalhar como influenciador digital, que abrange:

  • Coachs – profissionais que não precisa ter uma formação específica ou diploma de algum curso, pois esta não é uma profissão regulamentada no Brasil;
  • Vloggers – pessoas que fazem vídeos sobre os assuntos que desejam e os enviam em diferentes plataformas;
  • YouTubers – indivíduos que enviam seus vídeos apenas para a plataforma do Youtube;
  • Dorameiros famosos – pessoas viciadas em doramas e que trabalham discutindo e/ou indicando os melhores doramas (séries asiáticas);
  • Blogueiros – produzem conteúdos em texto, foto ou vídeo;
  • Gamers – famosos jogadores de videogame;
  • Otakus da internet – pessoas com interesse especial em animes e mangás; e que indicam ou realizam comentários sobre o assunto.
  • Instagrammer – qualquer usuário do Insta;
  • TikTokers – Influenciadores digitais que usam a ferramenta profissionalmente, postando conteúdos de várias áreas, que vão desde receitas até dicas de estudo, viagens, compras, entre outros.
  • Humoristas da internet – influenciadores digitais que produzem conteúdos divertidos falam sobre a importância do humor na vida das pessoas; dentre outros.

De acordo com o relatório do Influencer Marketing Hub, o negócio de publicidade nas redes sociais cresceu em 2020 cerca de 8,2 mil milhões de euros, sendo que um influenciador do Instagram pode ganhar mais de 8.000 euros, podendo o valor pago por post chegar a um milhão de euros para celebridades. A título comparativo, de acordo com os dados da UGT, o professor médio do Ensino Básico ganha cerca de 2 mil euros/mês e os médicos ganham em média € 4.400/mês.

Os influenciadores nada mais são do que uma nova ferramenta de marketing que as marcas integram em suas estratégias para gerar mais vendas e uma maior reputação de marca, e funciona. O sucesso do fenômeno se deve à sensação de credibilidade que as opiniões desses criadores de conteúdo trazem hoje. Não se sabe quanto tempo vai durar, o que é óbvio é que os influenciadores têm poder, e muito, sobre os consumidores e as crianças.

Enfim, nota-se que a exposição à mídia social está influenciando as aspirações por essas carreiras e, apesar dos salários serem bastante tentadores, muitos alegam que os altos salários não são o único objetivo para desejarem essas profissões, pois o desejo maior é trabalhar com aquilo que gosta de fazer, obter status social favorável, adquirir reconhecimento, ter flexibilidade de horário e não precisar ficar horas estudando assuntos que considere desnecessários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As tecnologias digitais não apenas criam e destroem empregos, mas também mudam a tarefa que as pessoas realizam no trabalho e como o fazem. A maioria dos empregos que se expandiram nos últimos sete anos combina habilidades digitais com interação social acima da média, como com clientes externos ou dentro de uma equipe. E aqueles dispostos a trabalhar com afinco e se comprometem com a formação continuada, conseguem boas colocações no mercado, inclusive internacionalmente (principalmente na área de TI).

O grande problema é que muitos indivíduos mais jovens, como é o caso dos que fazem parte da Geração Z, não querem mais enfrentar cursos exaustivos e de longa duração para se tornarem médicos, engenheiros, programadores, etc., alegando que o tempo de curso é muito grande e os horários de trabalho da profissão muito desgastantes. E, se no passado, as crianças sonhavam em ser cavaleiros ou guerreiros porque achavam esses papéis emocionantes e inspiradores; e quando cresciam um pouco desejavam se tornar médicos, professores ou dentistas, hoje, os influenciadores são os novos heróis da geração e o objetivo de vida profissional.

Com isso, o que se percebe é que o mercado de trabalho já tem sofrido não apenas com o desenvolvimento de novas carreiras profissionais, atualizadas e/ou modificadas em decorrência dos avanços tecnológicos, mas também com a introdução de novas “profissões” que não exigem formações, mas pagam muito bem e que têm grande potencial de crescimento.

A profissão de influenciador, por exemplo, se tornou um dos empregos mais bem pagos nos últimos anos e a procura por esses profissionais pelas marcas é tão grande que cursos foram criados para ensinar as pessoas a se tornarem influenciadores. Por exemplo, a Universidade Autónoma de Madrid (UAM) criou um curso ‘Inteligência Influenciadores: Moda e Beleza’, organizado pela Faculdade de Psicologia e pela Escola de Inteligência Econômica da UAM, juntamente com a colaboração da Ibiza Fashion Week para formar os jovens nesta nova profissão.

Contudo, outras profissões importantes estão cada vez mais carentes de profissionais, principalmente bem qualificados e a tendência e é que os déficits aumentem, tendo em vista que muitos profissionais que estão atuando hoje, em breve irão se aposentar.

REFERÊNCIAS

https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fsoc.2022.959091/full
https://www.ilo.org/brussels/information-resources/WCMS_722040/lang–en/index.htm
https://www.mdpi.com/2227-7099/11/1/12
https://www.wgsn.com/pt/blogs/entendendo-geracao-z
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