Por diversas razões, a maioria dos profissionais anseiam com um cargo mais estratégico e de liderança em uma empresa. Isso se deve tanto ao ganho financeiro, como de status, de crescimento e ascensão. Esse é um processo natural na carreira e é legítimo que um profissional tenha isso como um objetivo a médio prazo. Quando atingimos experiência, ampliamos nossa maturidade, nos desafiamos e somos desafiados a assumir uma maior responsabilidade no trabalho, o que exige também nos tornar Líderes de uma equipe, como supervisores, coordenadores, gerentes e até diretores e presidentes.
Para isso, é necessário ter um nível de formação, conhecimento, experiência e maturidade, saber se comunicar, servir como exemplo, manter o otimismo, transmitir segurança, ser firme e determinado, e também flexível, manter o foco, dentre outras habilidades. Ser um bom Líder não é uma tarefa fácil. Então quanto mais o profissional se preparar para assumir essa função, ele terá mais garantia do seu sucesso.
Algumas pessoas acreditam que para ser um bom Líder o indivíduo já nasce com todas as características necessárias para tal missão, ou seja, ele já nasce pronto para liderar. Mas isso não é verdade. Ninguém nasce preparado para os desafios da vida e da carreira. Apenas podemos afirmar que algumas pessoas possuem uma habilidade maior para liderar, porém, um cargo que exige tanto comprometimento também requer aprendizado constante e um entendimento maior das técnicas de comunicação, engajamento, motivação e relacionamento de equipe.
Um bom Líder deve manter uma comunicação transparente e objetiva com os Liderados. Verdadeiros Líderes compreendem que em suas falas não pode existir tom de hierarquia. A fala entre Líder e subordinado deve ser tranquila (sem rispidez), sem deixar de ser direta e franca. O papel do Líder não é fornecer todas as respostas. Para aqueles que querem conquistar um cargo de liderança, autoritarismo, arrogância e prepotência são características de ‘CHEFE’, e sabemos que essa postura ficou no passado. O Líder deve escutar seus funcionários, compreender suas dificuldades e os encorajar para melhorias e conquistas na vida profissional.
O modelo ideal do Líder entende que para todas as perguntas existe uma resposta, mas que nem sempre é ele que fornece a melhor resposta e solução. Ele sabe que o interessante é sempre fazer novos questionamentos e motivar sua equipe a buscar as respostas. Um Líder de excelência deve ser compreensivo, mas não permissivo. Deve saber escutar e orientar seus colaboradores e acima de tudo, ser gentil e carismático. Aquele que está exercendo o papel de Líder deve auxiliar e somar no crescimento do colaborador dentro da empresa e nunca se preocupar somente com o seu trabalho e o seu reconhecimento, mas sim com o trabalho geral da sua equipe.
Não é fácil ser Líder. E não é fácil identificar sozinho quais pontos de melhoria se deve adotar para chegar a uma posição de liderança plena e ter uma melhor performance, para o Líder e para a equipe. As organizações e o mundo estão carentes de Líderes diferenciados, que saibam se relacionar com as pessoas, com o objetivo de levá-las a se engajar com entusiasmo, excelência e alegria nos projetos e nos objetivos definidos. Essa não é uma tarefa simples, e ser um Líder comum, que não promova resultados extraordinários, ou ter um perfil de “chefe” não é mais suficiente.
Nesse tema, o processo de Coaching tem proporcionado uma visão prática das mudanças necessárias para a criação de novas possibilidades de liderar com eficácia. Oferece um método com base na ciência do comportamento, na reestruturação de crenças limitantes e na liberação e controle das emoções, que capacitará Líderes a obter resultados extraordinários com sua equipe. O Coaching ajuda aos profissionais a identificar e aprimorar competências que os ajude a vivenciar os tais predicados que as empresas e as equipes mais esperam de um Líder.
Para entender melhor o conceito de Líder Coach, devemos antes entender um pouco melhor o conceito de liderança, que é a habilidade que uma pessoa tem de gerar motivação e influenciar um grupo de forma ética e positiva, para que contribua no alcance de objetivos comuns a esse grupo e a comunidade a qual esse grupo está inserido. Liderança e motivação devem caminhar sempre juntas nesse processo, pois somente através da motivação que o Líder consegue influenciar os seus Liderados a atingirem os resultados desejados e até mesmo superá-los.
Para Gardner (1990, p.17) a liderança “é um processo de persuasão, ou de exemplo através do qual um indivíduo induz um grupo a dedicar-se a objetivos defendidos pelo Líder e partilhados pelo Líder e seus seguidores”.
Ela pode sim surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de Líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Quando um Líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.
É válido destacar que cada pessoa tem características que a distinguem das outras, pois cada um tem a sua história de vida, bagagem emocional, social, cultural, que contribuem na formação da sua personalidade. Assim, afirmamos que existem também diversos tipos e estilos de lideranças, algumas mais autoritários ou autocratas, outras democráticos, outras mais liberais e até um estilo paternalista. O ideal é que o Líder assuma uma postura diversa a depender da situação e do cenário que encontre na sua trajetória.
O estilo extremamente autoritário não é mais aceitável no ambiente corporativo e fora dele, pois entendemos que a sociedade evoluiu e não estamos mais em tempos de ditadura, mas em busca de uma democracia e diálogo em prol de objetivos nobres e comuns. É necessário que o Líder hoje busque atender a necessidade de seus Liderados e dê liberdade para que cada um deles possa contribuir com suas opiniões, respeitando cada indivíduo. O Líder não deve apenas exigir do colaborador o cumprimento de ordens sem questionamentos. É nesse quesito em especial que no contexto organizacional o conceito de Líder se diferencia do conceito de chefe, sendo o Líder mais valorizado não só pelas empresas, mas pelos funcionários.
Na liderança democrática, também chamada de liderança participativa, ou também consultiva, as ações têm como foco as pessoas que compõem o grupo e há a participação dos Liderados na tomada de decisões. Cada um expõe sua opinião e p Líder exerce o papel de orientador. Ele diz aonde se quer chegar, mas o caminho é escolhido em conjunto. As diretrizes são debatidas pelo grupo, estimulado e assistido pelo Líder. O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo solicitando aconselhamento técnico ao Líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham nova perspectivas com os debates. A divisão das tarefas fica muitas vezes a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus companheiros de trabalho. O Líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. O Líder é objetivo e limita-se aos fatos em suas críticas e elogios, buscando sempre reconhecer o trabalho em equipe e quando um erro ocorre ele assume a responsabilidade.
É ainda válido afirmar que a liderança liberal seria o estado mais avançado desse processo, mas é muito raro conseguirmos atingir este patamar, pois ele exige um amadurecimento extremo da equipe envolvida, e entre Líder e Liderados. Neste estágio, os Liderados já estão em um nível bem mais amadurecido, e aonde o papel do Líder é meramente de planejamento estratégico. Para atingir este estado de amadurecimento, é preciso que os participantes também já exerçam há algum tempo a função de Líderes.
E ainda o estilo paternalista, aonde o Líder e o Liderado têm relações interpessoais similares as de pai e filho. É uma liderança confortável para os Liderados, não sendo bem vista por algumas pessoas e até mesmo podendo se tornar um desconforto dentro do ambiente de trabalho, aonde o Liderado é visto como um “privilegiado e protegido”. Já para outras pessoas, esse é o tipo de liderança ideal, pois o legado de experiência e conhecimento que se transmite de pai para filho supera qualquer outra relação. O pai quer que seu filho seja melhor do que ele e irá fazer de tudo para garantir isso. Nesse tipo de liderança, não existe melindre, nem tão pouco um sentimento de ameaça na superação do Liderado. Pelo contrário, o Líder só cumpre seu papel quando o Liderado ultrapassa os resultados obtidos por ele. É uma relação de amor e doação, como de fato seria de um pai para um filho. O Líder vibra e se sente orgulhoso com o sucesso do Liderado.
Em todos os modelos, liderar exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso. Liderar requer uma gestão eficiente das pessoas de uma equipe para gerar os resultados esperados pela organização. É o engajamento e esforço da equipe na conquista de resultados, com a qualidade e prazo esperados que consolida o exercício de uma boa liderança. O bom Líder entende o que a equipe e cada membro individualmente precisa para exercer seu trabalho de forma eficaz.
Fabossi descreve que: “Liderar é valorizar o ser humano, é gostar de pessoas e preocupar-se com o bem-estar coletivo. Liderar é se comprometer com uma causa, uma missão e um propósito; é acordar todos os dias com o simples desejo de trilhar novos desafios de mãos dadas com seus Liderados”. (FABOSSI, 2009, p.15)
Para muitas organizações a liderança é considerada um diferencial e um agente de mudanças, pois é capaz de convencer cada um de sua equipe da sua importância dentro da empresa. Pois liderar envolve a capacidade de coordenar tecnologias especificas e gerir com eficácia o capital intelectual de uma organização. Em outras palavras, é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos.
Quando discutimos e analisamos mais profundamente o tema liderança, concluímos que devemos sempre olhar para além do conceito e verificar as questões realmente práticas, para podermos definir um modelo mais completo de um Líder, capaz de formar uma equipe de ponta e superar sempre os resultados esperados.
Para nos tornarmos bons Líderes primeiro precisamos aprender a trabalhar a nossa emoção dentro dos acontecimentos no nosso dia a dia. O segredo é desenvolver uma mudança interna para que nossos pensamentos, emoções e ações trabalhem a nosso favor e não contra, atingindo assim um equilíbrio interno que gera confiança e segurança na equipe. O Líder deve se manter equilibrado, mesmo nas condições de conflito e estresse. Para isso é fundamental desenvolver sua inteligência emocional.
Para exercermos a liderança, devemos afastar qualquer pensamento negativo, suposições pessimistas, crenças limitantes. Concluímos então, que nosso maior adversário somos nós mesmos, pois na maioria das vezes nos tornamos sabotadores do nosso sucesso, e transmitimos isso a equipe, através dos nosso sentimentos e emoções. A equipe reage e se espelha no Líder. Quando o Líder não mostra confiança e coragem, a equipe se torna insegura e acuada.
Para controlar melhor nossas emoções precisamos antes de tudo nos conhecer melhor e entender o que realmente nós desejamos, o que a organização almeja de nós e o que nos impede e nos atrapalha de atingir tais resultados esperados. É importante que nossos planos e objetivos estejam de comum acordo com o da empresa. Isso nos traz uma maior motivação e quando estamos motivados, conseguimos motivar melhor uma equipe.
É importante também acreditarmos que podemos realizar o que desejamos e o que esperam que façamos. Devemos assumir a responsabilidade de agir e tomar consciência de que tudo depende de nós. Não devemos ter medo de errar, pois todo mundo tem o direito de errar. Claro que alguns erros podem ser evitados com estudo e planejamento, dedicação, foco e atenção. Devemos confiar na nossa capacidade de realizar e buscar sempre oferecer o nosso melhor.
E por fim, viver o presente e o aqui e agora. São nossas ações de hoje que irão repercutir no nosso futuro, ou seja, depende do que fazemos agora. Não temos como mudar o passado, mas podemos construir um futuro a partir de hoje. Devemos honrar nossa história de vida e entender que tudo nos gerou aprendizado e amadurecimento. Nos tornamos as pessoas de hoje pela bagagem de vida que tivemos. E nos tornaremos as pessoas de amanhã pelas nossas experiências presentes.
É importante exercer a inteligência emocional, buscando o controle e o domínio das nossas ações. Temos que nos tornar Líderes da nossa própria vida. Os passos para se alcançar a plena liderança interior são:
- Despertar e tomar consciência da nossa realidade e do que desejamos e se isso está compatível com o nosso trabalho e carreira;
- Buscar o autoconhecimento, identificando as competências que precisamos aprimorar;
- Controlar nossas necessidades e a nossa ansiedade e saber eleger as prioridades;
- Escolher o próprio caminho, ouvir pessoas mais experientes e não nos deixar influenciar por pessoas pessimistas;
- Trabalhar com paixão e dedicação aos nossos sonhos e ideais;
- Acreditar que somos capazes de realizar e não ter medo de errar;
- Entrar em ação, com base em um plano estruturado com objetivos a médio e longo prazo;
- Aprender com nossas experiências e com elas buscar nosso aperfeiçoamento e amadurecimento;
- Assumir nossa responsabilidade em agir e tomar decisões;
- Mudar a nós mesmos, evoluindo e nos tornando mais capacitados;
- Manter o espírito de servir e a humildade, buscando aprender sempre;
- Viver o presente e manter o foco no aqui e agora e nas prioridades identificadas para esse momento atual.
Para que efetivamente se construa um ambiente sinérgico, favorável a todos e mais produtivo dentro das organizações, é fundamental a adoção de um novo paradigma, no sentido de capacitar e formar seus colaboradores, ampliando seus conhecimentos e aprimorando suas habilidades e competências. O foco agora é na formação e no desenvolvimento de pessoas. O papel do Líder nas organizações se tornou, então, ainda mais importante.
A partir desta nova percepção, o Coaching pode contribuir significativamente para transformar o Líder numa figura estratégica no ambiente corporativo, pois quando introduzimos as técnicas e ferramentas de Coaching na rotina diária de trabalho, formando o Líder em um Coach, ele será capaz de levar sua equipe a gerar resultados diferenciados, que não só façam a organização sobreviver, mas se destacar no mercado competitivo, permanecendo no topo como referência.
É verdade que a liderança é um comportamento que pode ser exercitado e aperfeiçoado. As habilidades de um bom Líder envolvem carisma, humildade, paciência, respeito, disciplina e, principalmente, a capacidade de influenciar e motivar os subordinados. Apesar de entendermos que as pessoas já nascem com algumas habilidades de Líder, podemos também ajudá-las a desenvolvê-las e ampliá-las para se tornarem Líderes de excelência.
O Coaching tem foco justamente em resultados. A metodologia busca atingir resultados extraordinários. Os benefícios de uma liderança com base no processo de Coaching vão além da conquista de objetivos e metas para a empresa ou sociedade. Inclui a satisfação das pessoas evolvidas nas ações, por poderem participar de forma ativa e contribuir de maneira estratégica para o resultado final. Hoje em dia, liderar é saber construir e motivar uma equipe, os encorajando a fazer e a atingir o melhor que puderem. Essa é uma das principais características de um Líder moderno, extrair da equipe a sua melhor performance. Por isso, o Coaching de Liderança ganha cada vez mais força entre os executivos.
Afinal, qual a definição para Líder Coach?
Líder Coach é o profissional que se destaca em seu grupo por ter a capacidade de motivar e envolver um grupo e tomar decisões rápidas, com precisão e eficiência. O Líder Coach tem iniciativa, criatividade, flexibilidade e escuta ativa, é um exemplo de conduta, vida profissional e pessoal que toda a equipe deseja seguir. Esse profissional desenvolve a autoliderança e seu autoconhecimento, controla suas emoções e pensamentos, planeja os objetivos a curto, médio e longo prazo e busca auxiliar sua equipe a superar metas previamente estabelecidas. Para ele, a liderança não é imposta e sim conquistada através do exemplo e da disciplina que promovem o respeito e consolidam um clima de confiança mútua.
O Líder Coach tem como característica ser inspirador. Através do seu exemplo de profissionalismo e conduta, ele inspira os seus colaboradores a produzirem cada vez mais e melhor e a estarem em constante desenvolvimento e evolução. Ele busca excelência em sua profissão e em sua carreira para se tornar exemplo. Ele é um formador de novos Líderes a partir de um ambiente que estimula a autonomia das equipes e a participação coletiva.
Para defini-lo em uma única palavra, certamente seria “motivador”, pois a especialidade de um Coach é potencializar o esforço das pessoas em direção ao aperfeiçoamento e ao crescimento pessoal. É motivar nas pessoas o seu potencial máximo. É fazer com que elas deem o melhor de si. Estes Líderes acreditam que o sucesso da sua gestão não está somente no alcance de resultados tangíveis, mas também no desenvolvimento e na aprendizagem de seus colaboradores que se tornam cada vez mais capazes, ampliando a visão da equipe e da organização. Com o passar do tempo, o Liderado se sente capaz de fazer mais e melhor.
Quando se é possível incorporar esta prática na cultura da empresa cria-se um círculo virtuoso dentro da organização, pois os empregados se sentem mais satisfeitos, melhoram seus desempenhos operacionais, conquistam resultados extraordinários e consequentemente atingem uma melhor satisfação dos clientes e uma posição de destaque no mercado.
O processo inicia no próprio Líder que utiliza o Coaching para auxiliá-lo a desenvolver suas competências, promover seu autoconhecimento, entender aonde ele quer chegar e o que a organização espera dele enquanto Líder e estabelecer o percurso, os objetivos, as metas e as prioridades. Posteriormente, ele faz o mesmo processo com os seus Liderados. Permite-se conhecer melhor cada Liderado, fazer um diagnóstico de problemas em sua equipe, a identificação de opções, o desenvolvimento de estratégias, estabelecendo metas e planos de ação para agir. Pode ainda contribuir para uma reorientação do seu perfil profissional, para que esteja alinhado aos seus talentos e objetivos de vida pessoal.
Dentre as competências a serem desenvolvidas, é primordial obter uma comunicação mais eficiente e fluente com os Liderados, desenvolver a habilidade de lidar com as emoções e os conflitos internos da equipe e aumentar a capacidade de tomar decisões mais assertivas, a partir de uma visão do todo e do que é prioritário que esse Líder irá construir e adquirir.
O Líder Coach tem uma lealdade maior da sua equipe, por não se impor muito e nem agir de forma autoritária e arrogante. Ele aprimora uma maior capacidade de ouvir a cada Liderado na essência, estabelecendo uma escuta ativa e um estado de atenção focado, suspendendo qualquer tipo de julgamento e gerando uma conexão entre eles. Dessa forma, ele pode identificar as necessidades do seu Liderado e buscar apoia-lo. Ele fornece as orientações necessárias e aceita contribuições e sugestões da equipe. Ele estabelece na rotina de trabalho um processo de cocriação, aonde ele e a equipe juntos irão somar ideias, inovar, buscar novos processos, novos produtos, otimizando os resultados.
Esse Líder conhece mais profundamente seus Liderados, um a um, e confia nas suas capacidades, por isso não tem dificuldade em delegar. Ele sabe que eles darão o melhor de si no trabalho e o resultado será uma consequência disso. Busca ainda dar feedbacks periódicos, de forma transparente e sempre construtiva, sempre mostrando os pontos de melhoria, para evolução, aperfeiçoamento e crescimento do seu Liderado. Ele reconhece e valoriza o trabalho bem feito e a conquista de cada resultado. Está atento ao bem-estar e as necessidades da sua equipe, alinhado aos desejos da organização. Ao adotar uma visão sistêmica do ser humano, ele será capaz de estimular e orientar o desenvolvimento pessoal e profissional de seus Liderados, despertando o potencial de cada um conforme seus desejos e necessidades.
Ele ousa ir além e assume a responsabilidades pelos riscos, assim como pelas suas decisões e ações, bem como pelos seus erros. Ele tem um estilo empreendedor, busca sempre compartilhar com a equipe novas ideias e soluções, a fim de motivalos. Além disso, sabe compartilhar experiências e conhecimento. Prioriza a qualidade das relações interpessoais e a boa comunicação, inclusive entre os pares. O resultado é uma consequência do entrosamento da equipe e do entendimento que cada membro tem do que se espera dele e do papel de cada um dentro da equipe. Um complementa e contribui no trabalho do outro. O Líder Coach tem a habilidade de auxiliar seu Liderado a contribuir cada vez mais e melhor com os objetivos, atendendo as expectativas que a empresa tem em relação ao colaborador. Ele busca potencializar os resultados da sua equipe, fornecendo tudo o que eles necessitarem para tal.
O Líder Coach ainda fomenta o autoconhecimento e a autoconfiança do seu Liderado. Quanto mais o Liderado se conhece, seus pontos fortes e fracos, ele se potencializa. Ele entende e respeita os limites de cada um, como ser humano, mas instiga o seu Liderado a superar os seus desafios e medos.
Esse estilo de liderança apoia o desenvolvimento da inteligência emocional do Líder e do Liderado, exercitando um equilíbrio nos momentos de crise e quando as coisas não saem conforme planejado. Através de diálogo franco, Líder e equipe, buscam juntos as soluções necessárias para contornar situações adversas. Dessa forma, o papel do Líder Coach não é de comandar, controlar ou repreender o seu Liderado, mas de servi-lo e motivá-lo, com base sempre no que é certo e ético. É preservado o direito de errar, mas não a persistência no erro, nem tão pouco a negligência. Cada Liderado entende seu papel e sua responsabilidade.
A metodologia se baseia em perguntas poderosas e reflexivas, que levem o Liderado a consciência da sua responsabilidade e do seu papel dentro da equipe e dentro da empresa, o que se espera que ele realize, em qual prazo os objetivos e metas devem ser atendidos e qual a melhor forma de planejar esse percurso. Podemos resumir as principais características do Líder Coach:
- Inspirador – exemplo de profissionalismo e conduta;
- Respeito e Flexibilidade – é respeitado pela disciplina, humildade e não por impor sua liderança, mas por incentivar as contribuições da equipe;
- Conhece sua equipe – conhece os pontos fortes e fracos dos seus Liderados, um a um, foca no desenvolvimento dos pontos fracos, incentiva o aperfeiçoamento das competências, proporcionando feedbacks constantes e confia na capacidade da equipe em realizar, delegando autonomia aos Liderados para atingir seus objetivos;
- Planejador e estrategista – Visionário, planeja as ações, estabelece prioridades e trabalha com esse foco, mensura resultados, e busca avaliar a performance;
- Empreendedor – busca novas ideias e soluções, busca inovar, ousar e ir além;
- Motivador – mantém a equipe no foco e nas prioridades e não deixa que eles desanimem com os obstáculos;
- Ousado – acredita que pode sempre fazer mais e melhor; 8. Proativo – não apenas delega, mas age e monitora a equipe, sem tirar a sua autonomia, busca dar o apoio necessário
- Ouve na essência – escuta as opiniões, sugestões, dificuldades e leva em conta, sem julgamentos precipitados
- Sabe compartilhar – divide seus conhecimentos, suas experiências e informações.
Como já tratamos nesse texto, o Líder Coach é um profissional que utiliza métodos, ferramentas e técnicas do Coaching no processo de condução de sua liderança. É um gestor que possui um comportamento diferenciado, pois é atento às novas demandas corporativas, sociais e humanas, com ênfase no desenvolvimento e evolução do principal ativo das organizações – as pessoas.
Mas de forma mais objetiva, o que e deve ser feito e que posturas devem ser adotadas para se tornar um Líder Coach? O ponto de partida é a própria vivência do processo de Coaching. É importante que o profissional vivencie e experimente, na prática, o processo de Coaching. Isso possibilita antes de tudo, que ele “conheça a si mesmo”, os seus pontos fortes, de melhoria, trabalhar seu autoconhecimento, entendendo aonde se deseja chegar. Isso irá conferir a ele uma maior segurança e assertividade em suas atitudes e comportamentos como gestor, e também maior credibilidade na aplicação, formal ou informal, dos princípios do Coaching no dia a dia, com os seus Liderados.
Vencido o primeiro passo, outro item imprescindível para se tornar um Líder Coach é aprender a ouvir na essência. É muito importante desenvolver a capacidade de ouvir “além das palavras”, captar os sentimentos e emoções, a fim de perceber com mais clareza as mensagens e o ambiente, para depois avaliar o que deve ser feito e qual a melhor forma de apoiar os seus Liderados e a organização.
Vele ressalvar que ser um bom ouvinte compreende suspender qualquer julgamento com relação aos seus colaboradores. Cada pessoa tem uma bagagem de vida e uma razão para ser como é. Cada profissional tem seus pontos fortes e pontos de melhoria e merece ser respeitado em suas diferenças e individualidade. O papel do Líder Coach é estimular que todos mostrem o que têm de melhor. Ele também deve incorporar esta mentalidade na equipe, para que todos aprendam a conviver em sinergia, da melhor maneira possível, somando forças em prol do objetivo nobre e comum a todos.
Ouvir na essência inclui ainda no dia a dia a prática da conversa Coaching que pode ser feita no momento de Feedback com o seu Liderado, aonde o Líder Coach deve buscar um ambiente calmo e tranquilo, sem interrupções para ter uma conversa aberta, transparente, com perguntas poderosas capazes de fazer o seu Liderado refletir assuntos, situações, posturas, crenças e dificuldades. Deve ser estabelecida uma conexão entre ambos, através do rapport de alma e do estado de atenção focado (flow). Nesse momento é importante o Líder Coach ouvir o que o seu Liderado tem a dizer para buscarem juntos as soluções. A crítica deve ser sempre construtiva. E ele deve sempre lembrar de ressaltar os pontos fortes do seu Liderado (patrocínio positivo). O foco deve ser o aperfeiçoamento do Liderado e não a sua repreensão. Os dois devem sair dessa conversa com o sentimento de missão cumprida e de que estão no caminho certo.
O Líder Coach ainda aprimorar sua visão sistêmica e buscar enxergar mais na totalidade o seu negócio, as pessoas ao seu redor e a organização como um todo, sob uma ótica ampliada. Deve entender o que precisa ser feito e quais os passos para se chegar ao objetivo (planejamento). Isso proporciona uma tomada de decisão mais rápida e eficaz, sempre inovando os processos e produtos, desenvolvendo novos projetos e estratégias mais eficazes.
Ele deve também lembrar sempre de ser o exemplo de conduta e profissional, pois mais do que palavras, são as ações que mostram quem realmente o é Líder Coach – um profissional que entende a importância de compartilhar experiências e conhecimentos, de dividir o mérito pelas conquistas e que busca sempre fazer o que é o certo e justo com todos os seus Liderados. É sempre requisitado pelos Liderados para dividir os obstáculos e sempre deve estar disponível quando isso ocorrer.
Todo Líder Coach deve ainda buscar ampliar o seu conhecimento sobre comportamento humano, compreendendo mais as fontes de motivação; os valores; crenças positivas e limitantes; princípios; âncoras de carreira e os perfis comportamentais dos Liderados. Isso proporciona ao Líder Coach um embasamento para e extrair o melhor de cada profissional da sua equipe. Por isso mesmo é fundamental sempre investir em treinamentos e estudos, a fim de sempre estar atualizado sobre o assunto e sobre novos conceitos e novas ferramentas.
Por fim, o Líder Coach deve sempre buscar a sua evolução contínua, a partir do seu autoconhecimento – “Quanto mais eu me conheço, mais eu me curo e me potencializo” (José Roberto Marques). O Líder Coach trabalha progressivamente na sua evolução como profissional, Líder de pessoas e ser humano. Ele está incessantemente em busca do seu desenvolvimento.